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Catadores que atuaram na coleta seletiva durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos recebem certificados de participação

Catadores que atuaram na coleta seletiva durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos recebem certificados de participação

Os catadores de materiais recicláveis que trabalharam na coleta seletiva durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos receberam, nesta segunda-feira (19/12), certificados de participação em uma cerimônia realizada no auditório do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), no Centro do Rio. O secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Natalino Oldakoski, participou do evento.

 

Mais de 500 toneladas de resíduos sólidos foram recolhidas nas arenas esportivas pelos catadores de materiais recicláveis que, pela primeira vez, participaram da coleta seletiva durante as Olímpiadas e Paralimpíadas. Do total coletado, 348 toneladas foram destinadas para a reciclagem, das quais 271 toneladas eram de papelões; 398 toneladas de material plástico e 372 toneladas de metais.

 

O inédito Projeto de Reciclagem Inclusiva: Catadores nos Jogos Rio 2016 foi lançado em julho deste ano pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, através da Secretaria Nacional de Economia Solidária, e com a Autoridade Pública Olímpica (APO). Duzentos e quarenta catadores de 33 cooperativas e três redes participaram da coleta seletiva nas instalações olímpicas de Deodoro, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca e no Maracanã.

 

O coordenador socioambiental e articulação institucional da Secretaria de Estado do Ambiente, Ricardo Alves, ressaltou que o trabalho realizado pelos catadores permitiu também a preservação dos recursos naturais: gerou  economia de 26.723 metros cúbicos de água e de 1.352 megawatts hora de energia e preservou 8.135 árvores.

 

“Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, os  catadores atuaram na coleta seletiva realizada na instalações olímpicas. A categoria fez um trabalho de excelência, com dedicação e organização. Com a experiência adquirida no serviço realizado nas instalações olímpicas, eles estão preparados para trabalhar em qualquer evento de grande porte”, destacou Ricardo Alves.

 

O secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Natalino Oldakoski ressaltou o pioneirismo da  iniciativa, ressaltando o envolvimento do Ministério do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho e auditores fiscais onde se buscou que atuação desses catadores na coleta seletiva nas instalações olímpicas ocorresse dentro da legalidade.

 

“A atuação dos catadores merece reconhecimento. Eles trabalharam com profissionalismo, trabalho este que teve expressão mundial”, disse ele.

 

Moradora do município de Mesquita, na Baixada Fluminense, Marlene Batista da Silva, 70 anos, foi uma das catadoras que recebeu o certificado de participação. Ela atuou na coleta seletiva no Parque Olímpico de Deodoro, na Zona Norte do Rio, onde aconteceram as disputas olímpicas e paraolímpicas.

 

“O trabalho em um evento internacional como as Olimpíadas e Paralimpíadas  foi gratificante e muito importante para mim. Isso mostra que a figura do catador está sendo valorizada.  Foi uma oportunidade que nunca pensei ter na vida. Isso me deixou mais motivada”, explicou.

 

Apesar da idade avançada,  Marlene ainda trabalha como voluntária em áreas carentes da cidade, onde dá aulas de artesanato:

 

“Para mim, é um prazer ensinar.  Eu fui ajudada e por que não ajudar os outros também? Eu tento passar o meu conhecimento para que essas pessoas também tenham uma oportunidade na vida”, relata Marlene.

 

Luiz Santiago, da Rede Recicla Rio, também foi outro catador que recebeu o certificado:

 

“Para mim é o reconhecimento do nosso trabalho. É uma iniciativa que tirou o catador da invisibilidade”, disse.

 

 

Por Ascom SEA/Inea

Foto: Antonio Kämpffe

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