Inspirado na política de pacificação, o Governo do Estado investe em uma nova formação acadêmica para policiais civis e militares. A primeira etapa da reforma educacional nas corporações foi a contratação de 352 dos 14.115 profissionais especializados em segurança pública cadastrados no Banco de Talentos da Secretaria de Segurança para ensinar em sala de aula a metodologia de ensino baseada na polícia cidadã.
Os primeiros docentes selecionados formarão as próximas turmas da Academia de Polícia Militar Dom João VI e do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP). Até o fim deste ano, serão contratados mais 148 professores para os cursos de atualização e formação de policiais civis. Os profissionais - entre eles docentes de outros estados e países - recebem gratificação no valor de R$ 65 por hora/aula.
- O Banco de Talentos criado no ano passado mapeia e cataloga os saberes, os conhecimentos dos policiais e de pessoas que trabalham na área da segurança pública. A ideia é contribuir para uma seleção mais transparente dos docentes que irão atuar como mediadores entre os currículos e os policiais - afirmou a subsecretária de Ensino e Programa de Prevenção e responsável pelo Banco, Juliana Barroso.
Currículo mais cidadão
A Secretaria de Segurança também revisou as disciplinas dos currículos do CFAP, assim como irá melhorar as emendas dos cursos das outras instituições de ensino da Polícia Militar e da Acadepol, da Polícia Civil. O novo currículo é elaborado por competências, levando em consideração conhecimentos, habilidades e atitudes dos profissionais e dos policiais.
- A grade de disciplinas também traz a problematização, o que permite uma maior reflexão sobre a atuação policial, e a transversalidade dos direitos humanos, ou seja, como é que os direitos humanos conversam com outras disciplinas, como por exemplo, o uso diferenciado da força - disse a subsecretária.
Professores e oficiais aprovam a nova grade curricular
Os professores civis contratados por meio do Banco de Talentos começaram a lecionar nas instituições de ensino da PM no mês passado. Os profissionais, selecionados por uma comissão da Secretaria de Segurança, foram capacitados para implementar o novo currículo, e já sentem as mudanças em sala de aula.
- A transformação da polícia com a inauguração das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) é visível. Agora, precisamos ressaltar em sala de aula a importância de aplicar os conceitos de direitos humanos e de cidadania no cotidiano policial. E a nova turma já está se familiarizando com esse conceito - ressaltou o professor de Educação Física Ormandino Barcelos, que fez especializações nos Estados Unidos, Alemanha e Itália.
Profissionais que trabalhavam como voluntários durante anos nas academias da Polícia Militar e foram contratados pelo Governo do Estado para lecionar nos cursos da corporação se sentiram mais valorizados com a criação do Banco. É o caso da professora de Legislação Básica, capitã Jean Karla.
- Sou professora da PM há mais de um ano e não era remunerada, mas sempre gostei de lecionar. Fiz a inscrição no Banco porque queria continuar na reforma educacional um novo horizonte para a corporação - afirmou a policial, formada em Direito.
Para o aluno-oficial da Academia de Polícia Militar Elvis Satiro, a contratação de profissionais civis e militares amplia as perspectivas das futuras tropas, assim como a inclusão de conceitos de direitos humanos e polícia comunitária em todas as disciplinas da corporação.
- Não tem como existir polícia sem cidadania. E os novos professores, muitos civis, irão nos mostrar o que a sociedade espera dos PMs.
A visão desses especialistas é mais profunda e nos ajudará depois de formados - disse.
Fonte:Governo do Estado-Texto Marcelle Colbert
