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Nova Friburgo responde por metade do PIB do Centro-Norte do estado - O Globo

Nova Friburgo responde por metade do PIB do Centro-Norte do estado - O Globo

RIO — Município de maior porte dentre os 12 que compõem o Centro-Norte fluminense e com quatro universidades, Nova Friburgo ganha também com as atividades e a demanda desse núcleo de municípios, respondendo por metade do PIB da região. A indústria sai na frente da retomada. Em setembro, a produção cresceu, e a capacidade instalada regional bateu 68%, superando a média histórica de 67%, pela primeira vez em mais de dois anos, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

— Na moda íntima, a previsão é fechar 2017 com alta de 15% a 20% nas vendas. Com a estabilidade do dólar, os grandes magazines voltaram a comprar com força de Friburgo. As exportações também impulsionam os negócios — diz Carlos Eduardo de Lima, presidente da Firjan para o Centro-Norte.

O segmento de confecções — são mais de 1.400 na cidade, maior produtora de moda íntima do país — é exemplo do que impulsiona o empreendedorismo local. Tem a ver com a própria história da cidade, que recebeu imigrantes europeus ainda no século XIX, e com a inauguração da Estrada de Ferro Leopoldina Railway, em 1870, que originou o comércio local e a criação de escolas, hotéis e indústrias. Com isso, o setor metal-mecânico se desenvolveu, mas também a indústria têxtil, abrindo caminho para grandes grupos do segmento, como foram Ypu e Arp.

— Nos anos 80, essas têxteis começaram a fechar. E isso resultou na criação das pequenas confecções de moda íntima. A indústria entregou mão de obra qualificada ao mercado, e isso multiplicou os negócios na cidade — destaca Marcio Tavares, gerente de vendas da Stam, de fechaduras e cadeados.

A Stam chegou a reduzir em 30% sua produção pela menor demanda decorrente da recessão. No segundo trimestre deste ano, reduziu a jornada de cinco para quatro dias na semana, sem cortar salários.

— Desde o fim de junho, a demanda reaqueceu. Suspendemos a redução de jornada e retomamos 25% da produção. Esperamos fechar 2017 com crescimento de 3% a 5%. Em 2016, tivemos perda de 6% — diz Tavares.

De 2008 para cá, a Stam dobrou o número de empregados para 1.200 e a capacidade de produção para 130 mil peças por dia. Chegou a recuar a 60 mil, mas já está em 95 mil itens diários.

— A modernização é fundamental, no comércio, na agricultura, na indústria. A ameaça das importações fez o setor metal- mecânico investir em qualidade. Na crise, leva vantagem pela gestão mais eficiente de produção e estoques. Até agosto, são perto de cem novos empregos no setor — conta Cláudio Tangari, do SindMetal de Nova Friburgo.

Os trutários da região também seguem a cartilha da modernização e da eficiência. Frederico Licho Rose, sócio do Sítio Gaia, em Macaé de Cima, destaca como melhorias no manejo e na qualidade da produção de trutas estão ampliando os resultados.

— A queda na produção local após as chuvas de 2011 abriu espaço para a truta de outros estados. Em 2015, vimos que não dava para concorrer com esses produtores em quantidade. Mas temos vantagem em qualidade. Diversificamos e certificamos a produção e reduzimos perdas — explica o veterinário, no sítio desde 2012.

O Gaia produz 2,5 toneladas de truta arco-íris por mês com apenas quatro funcionários, além de Rose. Com as mudanças, as vendas subiram 40%, e a previsão é fechar o ano no azul, superando os prejuízos acumulados entre 2009 e 2015. O sítio integra a AquiSerra, que reúne ainda produtores de rã e tilápia, totalizando produção de quatro toneladas ao mês.

A prefeitura vem adotando estratégias para estimular a criação de novos negócios:

— Este ano, reduzimos o prazo para abrir uma empresa de 180 dias para até cinco a oito dias, para um negócio de baixo risco ambiental — diz Thurler.

O Sebrae é outra alavanca nesse sentido. No Programa de Cidades Empreendedoras desenvolvido pela entidade, focado na melhora do ambiente de negócios, Friburgo está na primeira colocação entre 11 cidades participantes.

— É importante mapear as vocações da cidade e ajudar os empreendedores e produtores a avançar no movimento associativo, em qualificação e na criação de selos, como aconteceu com a Afloralta, das flores, e também com os produtores de morango — pontua Márcia Moreira, analista do Sebrae.

‘CIRCUITO’ DE PRODUTORES

Outra estratégia é fazer o turismo crescer de braços dados com os produtos regionais:

— Há o turismo de compras, puxado pela moda íntima. No Circuito Terê-Fri, na Estrada Friburgo-Teresópolis, temos opções de visita a apiário, à Queijaria Escola. Há roteiros para cervejarias. Isso movimenta a economia — diz Ana Paula Blaudt, do Nova Friburgo Convention & Visitors Bureau.

O restaurante Trilhas do Araçari, instalado em um sítio em Mury, tem uma horta e mantém um empório com artigos locais:

— Hoje, 40% dos meus clientes são de visitantes. Além do restaurante, vendemos conservas, cachaças, cervejas e cerâmicas de Friburgo — conta o empresário Flávio Stern.

O Le Canton, hotel fazenda na Estrada Friburgo-Teresópolis, registrou alta de 13% no faturamento no primeiro semestre, com o preço da diária média 10% maior, sobre janeiro a junho de 2016. A ocupação média está em 60%, com todos os fins de semana lotados desde o ano passado.

— Este inverno foi o melhor da história do hotel, com mais de 15 dias com todos os 222 quartos ocupados — comemora Mônica Paixão, diretora do Le Canton.

O secretário de Turismo, Wilton Neves, também festeja:

— Com a crise, o carioca está viajando para mais perto. Isso aqueceu a alta temporada de inverno, com hotéis lotados. Festivais de cerveja, morango, chocolate e flores também ajudam.

Fonte: Jornal O Globo - 15 de Outubro de 2017 - https://oglobo.globo.com/economia/reage-rio-nova-friburgo-responde-por-m...

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