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Coleta seletiva durante as Olimpíadas supera expectativas: mais de 400 toneladas de resíduos recolhidos

Coleta seletiva durante as Olimpíadas supera expectativas: mais de 400 toneladas de resíduos recolhidos

Trabalho com cooperativas continua nas Paralimpíadas e projeto de apoio aos catadores em rede solidária segue após evento

Mais de três mil árvores plantadas e uma economia de mil caixas d’água em menos de 20 dias. Isso é o que representam as mais de 200 toneladas de lixo que foram destinadas até o momento para reciclagem, por meio da coleta seletiva realizada nos Jogos Olímpicos.

Agora, o Rio de Janeiro não está mais no centro das atenções mundiais somente por sediar as Olimpíadas. Deixamos um legado na história ambiental com o projeto inédito de reciclagem inclusiva, que alia a preservação do meio ambiente à geração de emprego e renda para diversas famílias que vivem da coleta de resíduos sólidos.

Os 240 catadores em rede solidária que atuam nas arenas esportivas até o final das Paralimpíadas já superaram as expectativas da coleta diária de lixo. Era esperada uma média de 10 a 15 toneladas de resíduos, ou mais, de acordo com o público de cada competição. Mas, o Placar da Reciclagem, que mostra em tempo real a quantidade e os tipos de materiais coletados durante os jogos, mostra que já ultrapassamos 400 toneladas de resíduos recolhidos. Isso equivale, por exemplo, à economia de recursos naturais como o carvão mineral (cerca de cinco toneladas) e minério de ferro (36 toneladas). Só de energia, são poupados 947 MWh.

No gráfico abaixo é possível ver o percentual de coleta para cada material:

O lixo reciclável é processado e vendido pelas cooperativas para indústrias que os reutilizam na fabricação de novos produtos. Com isso, além de receberem uma diária mínima de 80 reais pelo serviço de coleta, os catadores ficam com o lucro das vendas.

Essa é uma forma também de fazer com que a sociedade respeite e valorize uma das profissões mais marginalizadas do nosso país. Os catadores ainda sofrem muito preconceito apesar da inquestionável importância do seu trabalho.

A coleta de lixo é essencial, por exemplo, para a preservação da Baía de Guanabara, que tem o lixo flutuante como um dos seus principais poluentes. Por mais que durante as Olimpíadas tenhamos feito um trabalho de contenção com ecobarcos e ecobarreiras – que retirou três mil toneladas de lixo em seis meses – é preciso adotar a cultura de nos preocuparmos com o que acontece com o lixo que jogamos fora.

Em um vídeo divulgado pelo Ministério do Trabalho, o atual presidente da cooperativa de catadores Contrabol, Luiz Carlos Santiago, conta que ele e os colegas também viram na coleta uma oportunidade para driblar a falta de emprego. Ele também faz parte da rede Recicla Rio, formada por cinco cooperativas.

Em 2008, formamos a Contrabol no Complexo da Maré, em Bonsucesso. Devido ao grande desemprego, começamos a recolher materiais recicláveis na comunidade. Logo após, fomos apoiados por uma empresa e iniciamos um trabalho de educação ambiental que até hoje surte efeito. Sabemos que a economia solidária pode não só gerar trabalho e renda, mas também fazer com que pequenos empreendedores possam vir a crescer e colaborar com o PIB brasileiro. O Brasil vai fazer história e mostrar que é possível a inclusão daqueles menos favorecidos economicamente”.

A repercussão do projeto de reciclagem inclusiva vem sendo tão positiva que deixou o Rio de Janeiro nas páginas principais de publicações do Brasil e do mundo. O jornal britânico The Guardian foi um que destacou como essa iniciativa gera oportunidade e visibilidade aos profissionais que atuam com a coleta seletiva, além de valorizar o país no que diz respeito à sustentabilidade.

O coordenador do Ambiente Solidário, Ricardo Alves, comentou que esperava que um projeto como esse, por ser pioneiro, seria bem-sucedido. Mas, não contava com toda a visibilidade que a iniciativa ganhou.

O Rio de Janeiro mostrou que esse é um projeto digno de deixar um legado e se tornar referência mundial. Não recebemos uma crítica sequer e até agora esse é o programa do Ambiente solidário com maior audiência nas redes sociais. Fico muito grato pelo secretário André Corrêa ter dado total apoio ao projeto e o assumido como prioridade em sua gestão”.

Assim como o projeto com os catadores em rede solidária, outra iniciativa realizada nos Jogos Olímpicos e que também faz parte do Programa Ambiente Solidário da Secretaria do Ambiente é o Prove – Programa de Reaproveitamento de Óleo Vegetal. O objetivo é realizar a logística reversa do óleo saturado produzido nas instalações olímpicas.

O Prove foi convidado para realizar o trabalho de coleta de óleo na Vila Olímpica, no Parque Olímpico da Barra, no Engenhão e em Deodoro. Instalamos galões que ficaram espalhados nesses locais e cada vez que eles ficavam cheios, a equipe de coleta era informada para removê-los. Esse óleo foi levado para as indústrias, que o utiliza na produção de biodiesel. O resultado que vale destacar nessa ação não é apenas a quantidade de óleo coletada e sim o fato de que não foi deixado que nem um litro sequer chegasse ao meio ambiente”, explica Ricardo.

Após as Paralimpíadas, o Prove irá intensificar as ações de conscientização nas comunidades, por meio das caravanas ambientais, e também em parcerias com escolas, corpo de bombeiros, condomínios e associações religiosas.

Além disso, entre outubro e novembro o Ambiente Solidário lançará o plano de ação para seus outros programas: o novo Programa de Coleta Seletiva Solidária (PCSS), o projeto de educação ambiental Escolas Conscientes, as Caravanas Ambientais nas comunidades, o projeto Entulho Limpo da Baixada (ELB) e a implantação da política de logística reversa.

Investir em reciclagem e na conscientização ambiental é uma das formas mais eficazes de alcançarmos a mudança que queremos ver no Rio de Janeiro. Tenho essa prioridade desde o início da minha gestão e o infográfico abaixo mostra alguns exemplos do que já fizemos nessa trajetória:

  • Distribuição de caminhões de coleta seletiva em 11 municípios
  • Capacitação de 240 catadores em rede solidária
  • Reaproveitamento de 150 mil litros de óleo por mês através do PROVE
  • Mais de 500 catadores assistidos diretamente por programas sociais

O apoio aos catadores, por exemplo, não termina nas Olimpíadas. Trata-se de um programa permanente dentro do Ambiente Solidário, como explica Ricardo:

No final dos Jogos Olímpicos, os catadores participantes vão receber um certificado que dá a eles a possibilidade de realizar esse trabalho em qualquer outro grande evento. Vamos também visitar cada prefeitura do Estado para articular a coleta seletiva nos municípios durante a gestão do André”.

Pessoalmente, sempre tive confiança no trabalho que os catadores em rede solidária se propuseram a fazer. Destaco, principalmente, essa unidade que conseguimos construir, entre Governo do Estado e as redes de cooperativas participantes, com uma relação sempre baseada na transparência. Essa foi uma demonstração de total competência dos catadores no trabalho que realizam. No vídeo abaixo, você pode conferir mais sobre esse resultado.

 

Jogos Olímpicos cada vez mais sustentáveis

Outras medidas realizadas durante a Rio 2016 mostram como a preocupação com a sustentabilidade ambiental passou a ser um diferencial em eventos desse porte. Alguns exemplos são:

  • Os jogos no Rio de Janeiro tiveram a menor pira olímpica de todas as edições. Ela foi feita em tamanho reduzido para consumir menos combustível e emitir menos gases poluentes;
  • As tochas olímpicas que percorreram o país antes dos jogos foram produzidas com alumínio reciclado;
  • As fezes dos cavalos que participaram das competições de hipismo e pentatlo moderno foram recolhidas para serem usadas em praças e parques do Rio de Janeiro;
  • Calhas nos telhados das instalações captaram a água da chuva, que foi usada para resfriamento do ar condicionado das arenas e para regar os jardins;
  • Algumas arenas como o Parque Aquático e a Arena do Futuro serão transformadas em escolas municipais com capacidade para 500 alunos.

Daqui a quatro anos, a sustentabilidade continuará em pauta nos Jogos Olímpicos do Japão. Todas as medalhas serão produzidas a partir de smartphones reciclados. O país é um dos maiores geradores de lixo eletrônico e mais de 650 milhões desses equipamentos são descartados anualmente pela população.

Mas, não poderia ser por menos, pois os japoneses são conhecidos por sua postura ecologicamente correta – quem se lembra dos torcedores orientais com sacos de lixo na última Copa do Mundo para recolher os resíduos gerados por eles?

Acredito que cada vez mais, essa consciência também é gerada aqui no Brasil e as Olimpíadas no Rio de Janeiro foram um exemplo disso. Agora, a expectativa é que as Paralimpíadas repitam o mesmo sucesso e nosso Estado seja medalha de ouro em matéria de reciclagem.

Seguimos juntos nessa!

Grande abraço,

André Corrêa.

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