Revitalização de parques, lançamento da Trilha Transcarioca e criação dos primeiros Monumentos Naturais sob gestão do Estado fortalecem a preservação e valorização da biodiversidade fluminense.
O Rio de Janeiro parece ter sido feito sob medida para o verão: paisagens naturais que ficam ainda mais belas com a luz do sol, praias e cachoeiras refrescantes que nos convidam a sair e aproveitar os dias ao ar livre. Para quem gosta de curtir a estação junto à natureza, uma boa pedida é visitar os parques que abrigam convidativas quedas d’água, trilhas e uma rica variedade de fauna e flora em meio à mata atlântica.
Atualmente, nosso Estado é referência na conservação desse bioma no país e os parques estão entre as principais unidades de conservação dessa biodiversidade. Desde 2015 esses locais vêm sendo ampliados e modernizados, com sedes administrativas e infraestrutura para receber melhor visitantes, pesquisadores e promover a educação ambiental por meio de eventos e palestras para escolas e população em geral.
Nesse verão, uma dica para quem gosta de aventura e de descobrir o Rio de Janeiro por novos ângulos é conhecer a Trilha Transcarioca. Trata-se de um corredor ecológico que liga a cidade de uma ponta a outra por meio de diversas unidades de conservação, entre elas os parques. Uma verdadeira imersão na natureza em meio à vida urbana.
Cerca de 100 km de trilha já estão preparados para receber visitantes e o lançamento oficial acontecerá em fevereiro. O acesso é gratuito e pode ser feito por mais de cem pontos da cidade, entre eles: Floresta da Tijuca, Vista Chinesa, Parque Laje, Ladeira do Leme, Largo do Bom Retiro, Museu do Açude, Cachoeira da Gruta no Horto, sede do Parque Natural Municipal de Grumari e subsede do Parque Estadual da Pedra Branca.
Quando o manejo de toda a área tiver sido feito, o percurso total da Transcarioca irá iniciar em Barra de Guaratiba e chegará até a Urca, aos pés do Pão de Açúcar. Quando a Restinga de Marambaia for incluída, serão 250 km de trilha no total. Só para ter ideia da extensão, se o caminho todo fosse percorrido de uma vez levaria entre 17 e 25 dias para ser concluído. O traçado em vermelho do mapa abaixo mostra o percurso atual:
O traçado inicial da Transcarioca foi feito com o aproveitamento de trilhas preexistentes. Para esse estudo, foi reunido um grupo de trabalho composto por gestores de unidades de conservação, técnicos do ICMBio, INEA e Secretaria Municipal de Meio Ambiente, membros da Conservação Internacional (CI) e voluntários que conhecem os caminhos abrangidos pela trilha. No total, o percurso compreende sete unidades de conservação ambiental cariocas:
- Parque Natural Municipal de Grumari;
- Parque Estadual da Pedra Branca;
- Parque Nacional da Tijuca;
- Parque Natural Municipal da Catacumba;
- Parque Natural Municipal da Paisagem Carioca;
- Monumento Natural Municipal dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca;
- Área de Preservação Ambiental e Recuperação Urbana Municipal do Alto da Boa Vista.
Apesar da extensão, não há risco de se perder pelo caminho. Todo o percurso é sinalizado por pegadas amarelas em árvores e pedras para orientar os trilheiros. Prepare-se para encontrar riachos, cachoeiras, uma grande diversidade de espécies de plantas e animais, vistas inusitadas dos pontos turísticos da cidade e picos de montanhas com mais de mil metros de altura. Em alguns trechos é possível ainda visitar engenhos de açúcar e fazendas de café.
Percorrer a Trilha Transcarioca é um programa diferente e interessante para todas as idades. Mas, como durante o trajeto são encontrados níveis de dificuldade diferentes, é bom se preparar antes e pesquisar o trecho que você deseja fazer. Lembre sempre de respeitar seus limites e os da natureza! Para mais informações, acesse a página da trilha no Facebook.
Modernização de parques: preservação ambiental e ecoturismo
A possibilidade de entrar em contato com a natureza tão perto de casa é um dos grandes diferenciais de se morar no Rio de Janeiro. E é por isso que temos realizado um trabalho de valorização e conservação das nossas áreas de florestas, importantes para a preservação da biodiversidade, para nossa segurança hídrica - ao proteger mananciais estratégicos de abastecimento - e também no sentido de fomentar o turismo local.
Desde 2015, o Governo do Estado tem intensificado os projetos de revitalização dos parques. É o caso do Parque Estadual da Pedra Selada, que abrange a Serra da Mantiqueira nos municípios de Resende e Itatiaia; do Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença e Barra do Piraí, que ampliou sua área de 800 hectares para seis mil hectares e ganhou nova sede; e o Parque Estadual Cunhambebe, em Mangaratiba, que ganhou recursos de última geração em construção sustentável e agora abriga a Área de Preservação Ambiental (APA) de Mangaratiba.
Assim como esses, o Rio de Janeiro dispõe de dezenas de parques e unidades de preservação ambiental que foram modernizadas e ampliadas para proporcionar uma experiência única junto à natureza. Descubra mais no Guia de Parques e convide a família e os amigos para visitar!
Rio de Janeiro irá ganhar dois novos Monumentos Naturais
Pela primeira vez, teremos duas unidades de conservação de proteção integral na categoria Monumento Natural sob gestão estadual: o Monumento Natural Serra da Beleza e o Monumento Natural Serra dos Mascates, ambos situados na região do Médio Paraíba. Em novembro, o INEA iniciou a realização de consultas públicas para a criação das unidades.
Essa é uma medida fundamental para proteger remanescentes de mata atlântica na região, promover a educação ambiental e pesquisas científicas, além de desenvolver a economia local por meio do turismo. A criação de monumentos naturais tem o objetivo de preservar áreas consideradas singulares para uma região ou de grande beleza cênica.
Os monumentos da Serra da Beleza e dos Mascates irão abranger três municípios do Médio Paraíba: Barra Mansa, Barra do Piraí e Valença, além da proximidade com os distritos de Conservatória e Santa Isabel do Rio Preto, ambos conhecidos pelo seu potencial turístico. Essa foi uma região que sofreu bastante impacto ambiental com o Ciclo do Café e com a implantação da agropecuária.
Outra importante ação voltada para recuperar e conservar os recursos naturais locais é a criação do Refúgio da Vida Silvestre do Médio Paraíba, lançado em 2016. Situado às margens do rio Paraíba do Sul, principal fonte de abastecimento da região metropolitana do Estado, o objetivo do refúgio é contribuir para a preservação da biodiversidade da região, principalmente das aves que por ali sobrevoam durante seus períodos migratórios.
Além disso, trata-se de uma importante medida para contribuir com a preservação das nossas águas, uma vez que o Paraíba do Sul é responsável pelo abastecimento de cerca de 12,5 milhões de pessoas, o equivalente a 85% da população do Estado.
Conhecer e visitar as unidades de conservação do lugar em que vivemos, além de ser um programa agradável quando estimulado desde cedo promove o conhecimento e o respeito pelo meio ambiente por toda a vida. Agora no período de férias, diversos parques promovem atividades ecológicas para as crianças, que podem conhecer mais sobre a nossa biodiversidade e se tornarem pequenos agentes multiplicadores de boas práticas ambientais na família e na comunidade onde vivem.
Ainda temos muito verão pela frente e a natureza estará sempre lá, de braços abertos para quem quiser contemplá-la, qualquer que seja a estação. Visitem os parques e aproveitem esse contato único com a natureza.
Grande abraço,
André Correâ.