KATIA PERELBERG
Com a experiência de 30 anos como parlamentar, o deputado André Corrêa vestiu a camisa da revenda de combustíveis fluminense. Passados dois meses do anunciado reajuste, sustado na Justiça, o preço do metro cúbico do GNV nos postos do Estado do Rio de Janeiro se mantém estável.
Quando os revendedores fluminenses recorreram ao deputado André Corrês para entrar na luta contra o aumento de 50% no preço do GNV que seria aplicado pela Petrobras a partir de 1° de janeiro último, o deputado estadual não pensou duas vezes. André Corrêa se mobilizou imediatamente. Pediu audiência à presidente da Naturgy, Kátia Repsold; ao presidente da Agenersa, Rafael Menezes, e ao secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Vinicius Farah, apelando ajuda aos gestores pelo alto risco que aquele reajuste causaria à economia do Estado e também na vida do povo fluminense.
REVISTA POSTO RIO – Como o senhor foi informado da luta da revenda contra o aumento da Petrobras e o que o motivou a levantar essa bandeira?
No início de dezembro fui procurado pela direção do sindicato dos postos que me informou sobre a gravidade do assunto. De cara, fiquei extremamente preocupado! A possibilidade de 50% de aumento de uma hora para outra num insumo tão básico é uma ameaça à retomada econômica do estado do Rio. E eu entendo que precisamos muito assegurar essa retomada e dar a volta por cima da derrubada que sofremos por conta da pandemia e da crise econômica nacional.
Consciente das consequências que um aumento dessa magnitude poderia representar de ruim para o nosso estado, imediatamente agendei para receber o Manuel, Adriano e Basílio, dos dois sindicatos que representam o setor e, a partir daí entrei em campo para envolver todas as instâncias relacionadas: botar na conversa a Agenersa, o governador Cláudio Castro, o secretário Vinícius, a Firjan e também a Fecomércio. Junto com os sindicatos, procuramos todos. Além, é claro, de levar o assunto à população, através da imprensa e das redes sociais.
REVISTA POSTO RIO – Diante da fornecedora de gás natural, da agência reguladora de Energia do Estado, bem como da secretaria ligada ao crescimento econômico fluminense, quais foram as respostas à sua demanda?
A Naturgy jogou a responsabilidade do aumento na conta da Petrobrás. Mas, a próprio grupo Naturgy pratica preços menores em São Paulo e não programou para lá um aumento tão impactante.
Como gestor público e auditor tributário do estado que sou, verifiquei, através de estudos da própria Agenersa, que estava previsto mecanismo compensatório prevendo que desde 2018 já seria possível desonerar em até 80% o gás comercializado no interior e reduzir em cerca de 13% o preço praticado na Capital e Região Metropolitana. Números esses, repito, são resultados de estudos da própria agência..
E dessa forma, na reunião com a Agenersa demonstramos como impedir que o reajuste tão abusivo chegasse às bombas de combustíveis.
REVISTA POSTO RIO – O senhor acredita na manutenção do status quo atual? O que ainda é possível fazer para afastar o risco desta alta impensável na tarifa do GNV acontecer a qualquer momento?
Sim, é total a nossa confiança na Justiça. A nossa expectativa é que esse aumento abusivo não passará! Estamos todos no mesmo barco e o Rio de Janeiro não pode parar! Permanecemos mobilizados e as portas do meu Gabinete estão sempre abertas aos sindicatos e donos de postos.
Tenho seis mandatos como deputado estadual e é permanente a minha luta pelo desenvolvimento econômico do nosso estado.
São 30 anos de caminhada na vida pública, construindo pontes. São diversas as leis que aprovei priorizando esse objetivo e diligentes os meus esforços pela atração de novos investimentos, pela cobrança mais equilibrada de tributos e, por consequência, a geração de empregos nos 92 municípios fluminenses.
REVISTA POSTO RIO - Além da intensa campanha promovida contra o aumento no preço do GNV, quais são as suas ações pelo desenvolvimento econômico do Estado, em especial para o Município do Rio de Janeiro, bem como a sua atuação ligada às questões ambientais?
Aprovei leis que geraram milhares de empregos, como a Lei da Moda. Todas as confecções, indústrias de tecidos e marcas famosas estavam de malas prontas para se mandarem do Rio de Janeiro. Imagine quantos empregos iriam embora para nunca mais voltar? Quantos pequenos negócios seriam arruinados? Entrei em campo, promovi uma grande articulação e conseguimos baixar o ICMS que era de 18% para apenas 2%. A partir daí, a situação reverteu e, ao invés de perder, ganhamos mais e mais confecções e milhares de empregos foram gerados aqui.
E assim funcionou com a Lei da Rota Cervejeira... Que beneficia as cidades serranas... Mantém as grandes indústrias aqui, favorece as pequenas cervejarias artesanais... Incentiva eventos que divulgam o nosso estado... E o Turismo... Que é a grande vocação do estado do Rio.
E agora mesmo acaba de ser sancionada uma lei de minha autoria que garante a prioridade para atendimento aos contadores em todos os órgãos públicos localizados no estado do Rio. É, inclusive, uma boa notícia para os donos de postos que passam a contar com mais uma ferramenta contra a burocracia.
REVISTA POSTO RIO – ... E quanto ao meio ambiente?
Fui secretário estadual do Ambiente por duas vezes. Na primeira passagem pela Secretaria, logo de cara, tive de enfrentar um grande acidente no emissário de Ipanema que contaminou com esgoto in natura todas as praias da Zona Sul do Rio. Trabalhamos muito para devolver 17 praias à população. E logo depois, acontece o acidente da Petrobras que inundou de óleo a Baia de Guanabara. Nesse período, com medidas compensatórias, entre outras coisas, investimos na construção do Piscinão de Ramos, que todos conhecem, sem gastar um único centavo de dinheiro do estado.
Na segunda gestão, logo que assumi, tive de encarar outro enorme desafio: a gestão da maior crise hídrica da história e vencemos sem ter de impor medidas de racionamento à população. Também trabalhei para implantar o Licenciamento Ambiental digitalizado, que reduziu enormemente a burocracia e beneficiou quem investe, como vocês, donos de postos, que dependem disso para funcionar e gerar emprego.
REVISTA POSTO RIO – As eleições para os cargos de presidente da República, governador, senador, deputados federais e estaduais estão marcadas para este ano. Caso o senhor seja candidato - imaginando uma agenda cheia de compromissos - será possível manter o compromisso com a categoria dos varejistas de combustíveis do Rio?
Esse aumento, caso vingasse, seria uma facada no bolso de toda a sociedade, em especial, dos taxistas, dos motoristas de aplicativos, de pequenos e médios empreendedores, como os representantes comerciais, os donos de restaurantes e cozinhas industriais... Sem esquecer vocês, donos de postos, que investem e já sofrem na pele com aumentos sucessivos de outros combustíveis e seriam ainda mais penalizados. Toda a sociedade que um dia acreditou nos benefícios do gás natural barato, punida em cascata! Barato e abundante, visto que somos os grandes produtores de gás da federação.
Com certeza, presidente Manuel, os sindicatos e donos de postos podem sempre contar comigo e a parceria do governador Cláudio Castro, a quem aproveito para, mais uma vez agradecer por vestir a camisa deste setor fundamental para a nossa economia. Estamos juntos e fiz apenas a minha obrigação.