Em 2008, a cidade do Rio de Janeiro começou a passar por uma grande revolução. Depois de décadas sob o jugo dos narcotraficantes, as comunidades da cidade, enfim, receberiam a presença maciça do Estado. Uma forma nova de enfrentamento ao crime, em que substituiríamos os confrontos por um policiamento comunitário e constante, aproximando os moradores da Polícia.
Muitas vezes vemos um esforço para desestabilizar esse projeto, mas entendo que esse não é mais um programa do Governo Cabral/Pezão, é uma iniciativa da sociedade. A UPP não irá resolver todos os problemas, é apenas a semente de uma ação a longo prazo, que inclui a entrada do Estado nas regiões com projetos sociais que ofereçam formação e profissionalização aos jovens, ou seja, uma nova perspectiva.
Talvez o chavão mais comum dos pessimistas seja que as Unidades não reduzem a violência nas comunidades. Pois bem, levantamos alguns dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), na região da Tijuca, e chegamos às seguintes conclusões: O ano de 2010, quando chegaram as UPPs à região, apresentou um alto número de incidências criminais, com estabilização em 2011 e 2012 e queda drástica em 2013. No Borel, local mais violento da região, os homicídios que foram dez em 2007, tiveram o índice zerado em 2013. No Salgueiro, que apontou 48 lesões corporais dolosas em 2010, teve o número reduzido a 1/4. Na Formiga, as sete tentativas de homicídio em 2007 deixaram de existir em 2013.
E essa realidade também chega ao asfalto. O Rio é a capital que mais reduziu a vulnerabilidade dos jovens à violência, de acordo com estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Para o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ-Violência), o Rio melhorou 153 posições. Era a 40ª pior entre 283 e hoje é a 193ª. Resumindo: em 2007, o Rio era a quinta pior capital do ranking. Em 2010, nos tornamos a quarta capital com menor risco.
Sabemos que ainda temos muito pela frente: aumentar o efetivo policial nas ruas, oferecer mais segurança aos PMs que ficam nas UPPs, criar oportunidades para os moradores permitindo que acessem o microcrédito, aumentar a presença do Estado com serviços básicos como saneamento, segurança e limpeza e muito mais. Tenho certeza que o Rio está mudando e vai continuar!
André Corrêa, deputado estadual (PSD) e líder do governo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).