A inauguração de uma estátua de Dom Helder Câmara, no Largo de Pilares, na manhã do último sábado, 13 de novembro, deixou marcada para as gerações futuras a trajetória benéfica do “Profeta da Paz” no Rio de Janeiro, onde exerceu seu ministério por 28 anos. O deputado André Corrêa participou da missa e prestigiou a inauguração do monumento.
A homenagem, que é uma extensão das comemorações do centenário de seu nascimento, foi realizada em parceira com a Arquidiocese do Rio e a Prefeitura. Falecido em 1999, como arcebispo emérito de Recife e Olinda, Dom Helder, duas vezes indicado ao Prêmio Noel da Paz, ficou conhecido em todo o mundo por suas ações, de acordo com o carisma franciscano, em favor dos pobres e como defensor dos direitos humanos.
Na celebração eucarística, iniciada às 9h, na Igreja de São Benedito, em Pilares, o Arcebispo Dom Orani João Tempesta recordou o exemplo de vida e as ações de fraternidade realizadas pelo homenageado no Rio, destacando o projeto de urbanização de favelas, conhecido como Cruzada São Sebastião, no Leblon, e a fundação do Banco da Providência e da Feira da Providência, cuja atuação se desenvolve, há 50 anos, no atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Com a presença de cerca de mil pessoas, entre fiéis, presbíteros e autoridades políticas, a celebração foi transmitida ao vivo para todo o Brasil pela Rede Vida de Televisão, na Amazônia pela TV Nazaré, de Belém do Pará, e no Rio de Janeiro pela Rádio Catedral e pelo Portal da Arquidiocese. A liturgia foi coordenada pelo pároco, Padre José Mazine de Oliveira, e pelo Vigário Episcopal para a Comunicação Social, Padre Marcos William Bernardo.
Entre os presbíteros presentes, os vigários episcopais, Monsenhor Gilson José Macedo da Silveira, do Vicariato Suburbano; Monsenhor Gustavo José Cruz Auler, do Vicariato Norte; Monsenhor Jan Kaleta, do Vicariato Jacarepaguá; Padre José Laudares de Ávila, do Vicariato Urbano; e Monsenhor Luiz Antônio Pereira Lopes, do Vicariato Leopoldina.
Ao destacar a coerência de vida de Dom Helder, o Arcebispo lembrou que é através dos seguidores de Cristo que a Igreja está presente nas várias circunstâncias, épocas e regimes políticos, realizando sua missão profética na defesa de quem não tem voz. Também frizou que a preocupação com a pessoa humana, o amor ao próximo, é conseqüência de quem é chamado a proclamar e a testemunhar o Evangelho de Cristo.
- Sabemos que o segredo de Dom Helder para o êxito de suas atividades estava ligado ao seu profundo amor a Deus e ao próximo. Quanto mais a pessoa é exigida na sua coerência de vida, mais ela é chamada a traduzir em atitudes heróicas os valores Evangelho. Valores que nem sempre são compreendidos pela sociedade, mas que trazem alegria para quem vive, e dá sentido para a existência, afirmou.
No ato da inauguração da estátua, a personalidade marcante de Dom Helder também foi acentuada pelo secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, representando o prefeito Eduardo Paes.
- Dom Helder iluminou e inspirou muitas pessoas. Ele muito fez pela nossa cidade e, por isso, merece nosso reconhecimento. Que essa imagem possa servir de inspiração a seguir o caminho da fé, da esperança e por dias melhores, afirmou.
Feita em bronze pelo escultor Otto Dumovich, medindo 1,80 metros de altura, e pesando cerca de 250 quilos, a estátua foi instalada na esquina entre as avenidas João Ribeiro e Dom Helder Câmara, antiga Avenida Suburbana, Zona Norte do Rio.
- Sempre profético, acredito que Dom Helder não estaria de acordo com as políticas sociais dos dias atuais. Suas ações são uma prova de que ele acabava com a miséria para que o homem pudesse viver melhor. Que sua figura seja uma inspiração aos novos políticos e a nós, cristãos, para que possamos fazer diferente e a diferença, pois o Evangelho é o mesmo, afirmou Padre Marcos Belizário Ferreira, da paróquia Santos Anjos, no Leblon.
Fotos: Carlos Moioli
