O presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Melo, determinou que o corpo de segurança da casa reforce a vigilância interna e limite a circulação de pessoas no Palácio Tiradentes e no prédio anexo, onde estão os gabinetes dos deputados. Hoje, todos os funcionários dos parlamentares têm livre acesso às salas o dia todo.
A medida foi decidida após a descoberta de uma escuta no gabinete do deputado estadual Alexandre José Adriano, o Xandrinho (PV), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O aparelho foi descoberto durante a reforma da sala do parlamentar e tinha até microcâmera, como revelou Berenice Seara, na coluna "Extra, Extra!".
A polícia está investigando o assunto. Hoje, peritos do ICCE vão procurar impressões digitais e analisar aspectos como alcance e potência do equipamento. O laudo deve ficar pronto até sexta-feira.
Segundo Xandrinho, os policiais lhe contaram que a aparelhagem de escuta seria nova, com menos de seis meses de uso, e que foi instalada antes do dia 1º de fevereiro, quando tomou posse como deputado.
O sistema de espionagem pode sido instalado durante a estada de Márcio Panisset e Átila Nunes, que ocuparam o gabinete entre 2007 e 2010.
Parlamentares temem vulnerabilidade na segurança
A descoberta da escuta trouxe à tona a vulnerabilidade do lugar. Os detectores de metal, por exemplo, não são usados há anos. Líder do governo, André Corrêa disse que vai verificar o seu gabinete:
— Vou olhar o forro do teto do meu gabinete, porque isso pode ter sido feito contra outros deputados.
Ex- corregedor da Alerj, Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) diz que, se for obra de um parlamentar, o caso pode resultar em cassação de mandato.
— Esse aparelho já devia estar ali há tempos. Esse caso deve ser investigado a fundo, porque é inadmissível que haja espionagem aqui dentro. Se for coisa de deputado, é caso para abertura de processo no Conselho de Ética e até de cassação — explicou.