Desmatamento zero e aumento da cobertura vegetal da Mata Atlântica até 2018. Esse foi o tema central do inédito encontro de troca de experiências, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, entre representantes de 17 estados brasileiros que pertencem a esse bioma. Em reunião realizada, nesta quarta-feira, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, receberam os demais secretários de meio ambiente para debater inciativas, bem sucedidas, de preservação e restauração florestal desse importante ativo ambiental e econômico brasileiro.
Dados de monitoramento do Atlas da Mata Atlântica indicam que apesar do Brasil ter tido alta de 9% na devastação do bioma (entre 2011 e 2013), o Estado do Rio é vanguarda na conservação, com desmatamento próximo a zero.
“O desafio agora é ampliar a cobertura, que é um desafio difícil. Estamos pensando em criar um fundo de restauração florestal”. Para isso, o secretário André Corrêa revelou que já trabalha na formulação de uma nova modelagem de licenciamento que prevê que a obrigação de plantar se torne uma obrigação financeira:
”Esse novo mecanismo irá permitir que se faça uma plantação em maior escala e não mais fragmentada. Essa modelagem já existe para conservação de parques, mas agora estamos trabalhando num modelo para restauração”.
Mais tarde, após o encontro, os secretários participaram do evento Viva a Mata - Encontro Nacional pela Mata Atlântica, no teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico, parte do calendário de eventos da SOS Mata Atlântica. A ministra do meio ambiente, Isabella Texeira, abriu a solenidade convidando os municípios e estados para trabalhar juntos no Cadastro Ambiental Rural, um levantamento inédito, que permitirá a restauração florestal em propriedades rurais.
O presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Pedro Luiz Passos, ressaltou os avanços alcançados na preservação de áreas verdes do Estado do Rio, graças a importantes iniciativas desenvolvidas pelo Secretaria de Estado do Ambiente (SEA). Dentre elas estão: o pagamento por serviços ambientais (PSA) a produtores rurais, o cadastro ambiental rural (CAR), o ICMS Ecológico, os Planos Municipais da Mata Atlântica, a implantação de UPAMs (Unidades de Policiamento Ambiental) e a contratação de guardas-parques.
A diretora executiva da Fundação, Márcia Hirota, acrescentou que o encontro é uma grande oportunidade para se olhar para o futuro, traçar uma agenda estratégica, e criar uma nova história para a Mata Atlântica ao estimular o diálogo entre a sociedade civil, o poder público e a comunidade científica. “O Viva Mata vem permitir uma plataforma para troca de experiências com a criação de metas factíveis e com a participação do movimento ambientalista, de forma que se alcance resultados cada vez mais concretos na conservação”.
Nesta quinta-feira (14/5), a diretora vai apresentar, no seminário “A Mata Atlântica é aqui”, o novo mapa desse importante bioma, realizado em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que não somente subsidiará todo esforço de proteção de áreas verdes, mas também promoverá a restauração florestal em áreas estratégicas para conservação. Na ocasião também serão abordados temas como a poluição na Baía de Guanabara e a importância das áreas naturais para a saúde e qualidade de vida nas cidades. Na sexta-feira, dia 15, o debate vai ser sobre os desafios da implantação do Novo Código Florestal.