Obras de limpeza de lixo pesado – sofás, pneus e madeira – já foi concluída, removendo 277 toneladas de resíduos do mangue
O Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá, área conhecida por “Lagoas da Barra”, já foi um belo cenário natural. Mas essa riqueza foi gravemente impactada pela ocupação desordenada, pelo desmatamento, aterros em suas margens, descarga de esgotos, lixo e entulho. A região foi também prejudicada pela pesca predatória e pela caça irregular. Em cerca de 80 anos, grande parte da biodiversidade foi dizimada. Mas agora é hora de reverter este quadro, e estamos comprometidos com esta meta.
A revitalização e a recuperação ambiental do Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá, muito mais do que um projeto de governo, é um desejo de todos os cariocas. Juntos, poder público, empresas e sociedade podem recuperar o ecossistema da região e devolvê-lo à sociedade como local de pesca, lazer e turismo. Para isso, são necessárias medidas de saneamento básico para a região metropolitana do Rio de Janeiro, e também o compromisso de todos nós, que devemos dar destino correto ao nosso lixo, entulho e esgoto. Acompanhe o que temos feito e como você pode contribuir.
Formado por três lagoas principais, Tijuca, Jacarepaguá e Marapendi, além da Lagoa do Camorim (localizada entre as lagoas da Tijuca e Jacarepaguá), a Bacia compreende uma área de 280km² de área e se comunica com o mar.
Nos últimos anos, as Lagoas da Barra passaram por um processo de ocupação desordenada, destruição da vegetação nativa e assoreamento, devido ao acúmulo de sedimentos trazidos pela água das chuvas e pela concentração de material orgânico lançado direta ou indiretamente na região.
Entulho, lixo e outros detritos acumulados no fundo dos rios e lagoas prejudicam a navegação, a pesca e outras atividades. A luz do sol não entra, o ar não se renova, os peixes morrem, a qualidade da água se deteriora e compromete principalmente o trecho da praia da Barra da Tijuca conhecido como Quebra-Mar e Pepê, cujas águas se tornam impróprias para banho em função do ciclo das marés, que levam as águas das lagoas para o mar. Tudo isso causa a proliferação de microorganismos, animais nocivos à saúde, além do mau cheiro e incômodo à população.
Este é um problema que se agrava há décadas, mas estamos fazendo a nossa parte para resolvê-lo. As obras de dragagem e recuperação ambiental do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca fazem parte dos compromissos do governo Pezão com o meu mandato à frente da Secretaria do Meio Ambiente, onde também estamos buscando a melhora do saneamento da região metropolitana da cidade, o que impacta diretamente na balneabilidade das águas da Baía de Guanabara (acompanhe o andamento das ETEs). E por meio da ação do Governo do Estado e da Secretaria de Estado do Ambiente, estes ecossistemas hoje passam por diversas ações de recuperação ambiental.
Canal da Joatinga, Lagoas da Barra, Lagoa de Marapendi, Tijuca, Camorim, Jacarepaguá e Canal de Marapendi rumo à recuperação ambiental
As obras de dragagem de 5,7 milhões de metros cúbicos de argila, areia e silte misturado a detritos – um volume que daria para encher sete estádios do Maracanã – será importante para os cariocas, sobretudo para as famílias que vivem no entorno das Lagoas. O material removido será acondicionado em cavas ao longo do Complexo Lagunar, ajudando a recuperar a vida no sistema.
Entenda o alcance e os benefícios da dragagem e recuperação das Lagoas da Barra
Com a dragagem e o desassoreamento das Lagoas da Barra, já conseguimos:
- Replantar áreas de mangue da Lagoa de Camorim e Lagoa da Tijuca: foi realizado o plantio de 15 mil mudas de mangue branco (Laguncaria racemosa) no entorno da Lagoa de Camorim e outras 15 mil mudas de mangue vermelho estão em fase de plantio na Lagoa da Tijuca. Os manguezais têm importante papel na manutenção e na preservação da vida aquática, possuem rico ecossistema e servem para fixar o solo, estabilizando as linhas da região costeira. Por isso, vamos iniciar este trabalho por eles. Até a entrega das obras, serão plantadas mais de 500 mil mudas no Complexo de Lagoas da Barra da Tijuca.
Secretário André Corrêa e o biólogo Mario Moscatelli no plantio de mudas de mangue nas Lagoas da Barra
- Preservar a vegetação nativa do entorno das Lagoas: a mata junto às margens de rios e lagoas protege essas áreas da erosão, por isso, é fundamental preservá-la.
- Evitar o acúmulo de lixo e o transbordamento das Lagoas: um dos problemas trazidos com o assoreamento dos rios e lagoas é a possibilidade de transbordamento na época de chuvas e o risco de enchentes.
Todo este trabalho está sendo feito junto com o Governo do Estado, a Secretaria de Estado do Ambiente e os incansáveis agentes do INEA. No início de junho, a SEA iniciou a limpeza pesada (retirada de lixo como pneus, sofás e madeira) e o serviço de limpeza dos manguezais, batimetria (medição da profundidade) e sondagem (medição da capacidade de resistência do solo). Em três meses e meio, foram retiradas das áreas de mangue 277 toneladas de todos os tipos de resíduos.
Audiências públicas reuniram o Ministério Público Federal e as Câmaras Comunitárias da Barra e de Jacarepaguá
Ceca de 200 pessoas das comunidades em torno da Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes foram ouvidas por representantes da SEA, INEA, CEDAE, Comlurb e Instituto Rio Águas no sentido de apontar melhorias e ações emergenciais para a recuperação das Lagoas.
O acompanhamento das obras e maior transparência nas ações - sobretudo através da internet - esteve entre as solicitações das comunidades. (Para saber sobre a coleta de lixo nas regiões e o tratamento das estações de esgoto, clique aqui).
Em meu pronunciamento, reafirmei a importância de trabalharmos com metas reais e - em conjunto - contando inclusive com Parcerias Público Privadas (PPPs), que permitam ampliar o alcance de nossas ações, sobretudo neste ano de 2015, em que os recursos ficaram mais limitados e exigem a nossa atenção. Estamos trabalhando duro para isso. E peço a sua contribuição: se notar alguma irregularidade próximo a região onde vive, denuncie.
Sabemos que a dragagem apenas não é suficiente. É fundamental continuarmos avançando no tratamento de esgoto da região, além da implantação da coleta de lixo em todas as comunidades. Esta é uma parceria entre nós, com a dragagem; a população, com a destinação correta de resíduos; a Prefeitura, com coleta de lixo e a Cedae, com saneamento básico.
Preservação ambiental das Lagoas da Barra – acompanhe o tema no jornal RJTV
Em minha entrevista ao Jornal RJTV, abordei a situação da recuperação ambiental das Lagoas da Barra e convido você a assistir e refletir, além de colaborar com o trabalho que estamos desenvolvendo.
O descarte de lixo e entulho está ocorrendo de forma irregular onde você mora? Não hesite em denunciar. O tratamento da água e esgoto e a retirada do lixo flutuante já estão em andamento. Precisamos que a população assuma conosco o compromisso de não despejar lixo no entorno, encostas e região de nossas Lagoas. O benefício será de todos.
Ligue para:
Serviço de Remoção Gratuita de entulho pela Comlurb: 1746
Disque-denúncia Verde (crimes ambientais): 2253-1177 (capital) e 0300-253-1177 (interior)
Vamos continuar trabalhando pela melhoria dos ecossistemas aquáticos. Conto com vocês!
Um abraço,
André Corrêa.