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Empreendedorismo sustentável: desenvolvimento local com responsabilidade

Empreendedorismo sustentável: desenvolvimento local com responsabilidade

Rio de Janeiro vive época de crescimento de indústrias que passam a valorizar mais as iniciativas que se preocupam com a preservação ambiental.

Costumo falar nas minhas reuniões com os nossos técnicos que hoje em dia não há mais espaço para o "Ecochato", aquele que não quer que nada seja mudado, e muito menos para o empresário predador, que é o sujeito que acha que pode desrespeitar a legislação ambiental tendo como sustentação a geração de emprego e renda. Afirmo que é preciso encontrar um equilíbrio e digo sempre que a sustentabilidade é uma ponte entre a preservação e o desenvolvimento.

Considero fundamental para o nosso Estado a chamada Economia Verde, que é um conjunto de processos produtivos – sejam industriais, comerciais ou agrícolas – que tornem o empreendimento sustentável no ponto de vista ambiental e social. Ao adotar a Economia Verde, aumenta-se a geração de emprego e o crescimento econômico local, ao mesmo tempo em que se combate o aquecimento global, o desperdício de água e a degradação ambiental.

Vocês sabiam que lá nos anos 1920 a Ford, por exemplo, já pensava em logística reversa, reaproveitando seus resíduos para novos fins dentro da cadeia de produção? A madeira de caixotes era reaproveitada nos assoalhos e rodas do modelo Ford T, e também era cortada para fazer novos caixotes ou ser usada como papelão. Além disso, latas de tinta serviam de baldes e restos de lâminas, pregos e barras de ferro eram transformados em aço reciclável.

No Rio de Janeiro, a chegada das grandes empresas aos municípios do interior do Estado está comprometida com uma produção ecologicamente responsável. Denilson Sampaio, que até pouco tempo era secretário de Desenvolvimento Econômico de Itatiaia, nos dá alguns exemplos do município:

“Na P&G, o prédio é totalmente sustentável e a empresa ganhou um prêmio de conservação ambiental. Eles investem fortemente em eficiência energética e também reúso da água utilizada e captação da água da chuva. Já na Hyundai, para cada máquina produzida é plantada uma árvore e a Land Rover tem um projeto de reflorestamento de 2.000 mudas de árvores dentro da área industrial e também contribui com o tratamento de esgoto em Itatiaia.”

Empresas socialmente responsáveis para com a sociedade e o meio ambiente têm a sustentabilidade como premissa no seu negócio, o que gera um diferencial perante as demais e ainda otimiza os custos de produção.

Desenvolvimento com responsabilidade

Durante minha trajetória, minha atuação sempre esteve pautada pela preservação e sustentabilidade. Ainda novo, antes da carreira política, ocupei o cargo de Gerente de Relações Externas e Desenvolvimento do Grupo Brascan e fui Membro do Conselho de Meio Ambiente da Associação Comercial do RJ. Também iniciei minha trajetória política pelo Partido Verde, onde militei por 14 anos, que na época despontava como referência no assunto dentro do país. 

Assumi a Secretaria de Estado de Meio Ambiente em 1999 e pude desenvolver a política de meio ambiente do Rio de Janeiro, compatibilizando desenvolvimento e conservação. E esse continua sendo o meu caminho desde então.

Nunca deixarei de defender ideais como o cuidado com o meio ambiente e a responsabilidade social. Mas, também estou sempre ao lado do crescimento do Rio de Janeiro. Por isso, temos sido parceiros dos empreendedores oferecendo subsídios para o desenvolvimento do Estado, por meio de políticas de incentivo fiscal, e acordos que beneficiem as cidades em que os parques industriais são instalados, defendendo políticas de reflorestamento, logística reversa e uso consciente da água, por exemplo.

Fui um dos principais articuladores do crescimento do polo industrial do Sul Fluminense, que cada vez mais se destaca nas cidades de Itatiaia e Resende, por exemplo. Com a chegada de novos empreendimentos, é gerado emprego e renda no Estado, além do desenvolvimento local de diversos municípios fluminenses. Um exemplo é o caso de Valença, que de 2010 para cá recebeu cerca de 21 novas empresas no município. Isso foi fomentado pela lei de minha autoria quando eu ainda era Deputado Estadual, que reduziu a incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 19% para 2% ao mês para a atividade industrial em Valença.

O presidente da Associação Comercial do município, Sebastião Vieira (Tião da Embalagem), é um dos que conta como a região mudou com a chegada das novas empresas.

“A tradição da nossa região é de indústrias têxteis e com a lei vieram outros segmentos como: metalurgia, elétrica, hospitalar e mais confecções também. Antes, tínhamos apenas cerca de 20 empresas, a situação era complicada. Com a chegada das novas indústrias, foram gerados de 1.800 a 2.000 empregos.”

Ele conta que com o surgimento de novas atividades em Valença, além dos profissionais locais serem capacitados pelas empresas em que iam trabalhar, também foram criados cursos para atender à demanda que surgia. O SENAI, por exemplo, criou um curso de empilhadeira e o Centro Vocacional da FAETEC hoje forma funcionários para a indústria elétrica. Tião conta que essa medida deu a Valença mais fôlego para sobreviver à crise econômica.

“As empresas que são originárias de Valença também se beneficiam da lei de incentivo para  expandir e modernizar seus equipamentos. Se hoje essas indústrias não estivessem aqui, nossa situação com a crise seria muito crítica. Estamos muito felizes com esse sucesso”.

Outro município que se beneficiou com a instalação de novos empreendimentos foi Itatiaia. Empresas como a P&G, Hyundai e a Jaguar Land-Rover chegaram ao município apoiadas pela política de incentivo e essa iniciativa rendeu à Itatiaia o terceiro lugar nacional como Cidade do Futuro, prêmio concedido pelo grupo britânico Financial Times, referência na área de negócios. Denilson Sampaio nos contou como foi essa conquista.

“O prêmio Cidade do Futuro reconhece locais que têm conhecimento sustentável e são considerados as melhores cidades para se investir. É um prêmio que nos deixa orgulhosos, pois foi duro competir com outros municípios e estados do país. Ficamos também com o sétimo lugar na capacidade de atração de empresas fora do Brasil. Acredito que em um futuro muito próximo Itatiaia também estará entre as melhores cidades do Rio de Janeiro para viver.”

Além das empresas de peso que se instalaram no município, as políticas de incentivo do Estado também permitiram criar em Itatiaia o primeiro condomínio logístico empresarial no Rio de Janeiro. Com todas essas conquistas, Denilson diz que esse é um projeto que já deu certo.

“Estamos gerando frutos como empregabilidade, valorização imobiliária e aumento de arrecadação no município, sempre pensando no meio ambiente. Todas as empresas estão licenciadas pelo Inea e temos essa preocupação, pois estamos praticamente inseridos no Parque Nacional de Itatiaia.”

Dicas para ter um negócio mais sustentável

Boas práticas como o uso racional da água, reaproveitamento de materiais, descarte correto dos resíduos para reciclagem e reaproveitamento do óleo vegetal são exemplos de atitudes que contribuem para o meio ambiente e também para aumentar a competitividade da empresas no mercado.

Veja algumas ações fáceis de realizar:

  • Aproveite a luz natural do ambiente, abrindo janelas e situando os locais de trabalho perto da iluminação externa;
  • Nos dias mais frescos, prefira abrir as janelas para o ar circular naturalmente em vez de ligar o ar condicionado sem necessidade. Além disso, prefira pintar o ambiente com cores claras, que ajudam a deixar o local menos quente;
  • Prefira utilizar lâmpadas fluorescentes ou de LED no lugar das incandescentes que gastam muito mais energia. E nos locais com pouco fluxo de pessoas, avalie a possibilidade de instalar sensores de presença;
  • Atenção ao horário de pico: entre 17h e 22h ocorre o maior gasto de energia no Brasil. Avalie se a sua empresa consegue se organizar para concentrar o horário de maior produção fora desse período;
  • Realize manutenções periódicas nos equipamentos, pois garante a eficiência dos mesmos e evita gastos desnecessários;
  • Não deixe aparelhos eletrônicos em stand-by, procure desconectar as tomadas quando eles não estiverem sendo utilizados. Isso ajuda a gerar economia de cerca de 12% do consumo de energia;
  • Imprima somente o que for necessário, pois além de economizar papel e energia você ajuda a aumentar a vida útil da impressora. E se for possível reduzir a quantidade de correspondências recebidas, prefira esta opção;
  • Diminua o uso de descartáveis, pois além de economizar nas compras você reduz a geração de resíduos;
  • Procure utilizar produtos biodegradáveis, o que reduz também os custos com material de limpeza.
  • E o mais importante: toda a empresa precisa estar alinhada a práticas sustentáveis. É importante promover uma conversa entre os funcionários e investir em capacitações. A responsabilidade socioambiental é cada vez mais valorizada pelo mercado, e o consumidor, cada vez mais consciente, passa a exigir que estas práticas sejam seguidas.

Vamos continuar juntos rumo ao desenvolvimento sustentável do Rio de Janeiro!

Grande abraço,

André Corrêa​

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