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Chuvas elevam níveis de reservatórios, mas situação ainda é grave

Chuvas elevam níveis de reservatórios, mas situação ainda é grave

Volume útil está em 9,97%. No mesmo período do ano passado, era de 3,75%

As fortes chuvas que caíram nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, acima da média esperada para o mês de novembro, contribuíram para elevar os níveis dos quatro reservatórios que abastecem a Região Metropolitana fluminense. Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) divulgados ontem mostram que no dia 1º deste mês as represas de Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil chegaram a 9,97% do volume útil (433 bilhões de litros) contra 3,75% (162,8 bilhões de litros) em comparação com a mesma data em 2014. 

Os indicadores são melhores no Funil (Itatiaia), que tem a segunda menor capacidade de armazenamento. No dia 1º, o reservatório acumulava 225,3 bilhões de litros, o equivalente a 37,2% do volume útil. Por outro lado, Paraibuna, o maior dos quatro, tinha 104,8 bilhões de litros à disposição (3,98% do total). Por isso mesmo, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, ressaltou que, apesar da melhoria dos indicadores, a crise hídrica no Rio está longe de terminar. 

Segundo o secretário, o racionamento só foi evitado graças a uma estratégia iniciada em fevereiro que reduziu a captação de água do Rio Paraíba do Sul - de 190 mil metros cúbicos por segundo para 110 mil metros cúbicos por segundo na Estação de Santa Cecília, em Barra do Piraí, que regula a passagem de água para o Rio Guandu. Isso permitiu uma economia de 2 trilhões de litros, mais do que o volume disponível hoje: 

“O momento ainda é crítico. A diferença é que a situação está melhor do que a observada no ano passado, mas os níveis ainda estão baixos. Acreditamos que o risco de racionamento esteja afastado pelo menos até março, mas a população tem que colaborar e continuar a economizar”, acrescentou André Corrêa. 

O secretário antecipou que algumas medidas serão tomadas para tentar evitar o risco de desabastecimento a médio prazo, caso as chuvas reduzam de intensidade após o fim do verão, em março. A principal, segundo ele, será oficializada no próximo dia 10, quando os governadores de Rio, São Paulo e Minas Gerais celebrarão um acordo com a Agência Nacional de Águas e o ONS para que os cursos d'água que formam a Bacia do Rio Paraíba do Sul deem prioridade ao abastecimento humano, e não à geração de energia. 

O aumento do volume de chuvas é atribuído pelos meteorologistas ao El Nino, caracterizado pelo aquecimento da Costa do Pacífico, no litoral do Peru, e que provoca uma série de fenômenos meteorológicos, incluindo aumento do volume de chuvas em parte do Brasil. 

No Sul do estado, onde está localizado o reservatório do Funil, a precipitação durante o mês de novembro superou em 50% o volume esperado para o mês na região, segundo o Inmet. O órgão não tem uma estação pluviométrica em Itatiaia. Mas o volume de chuvas no Centro de Resende - localizado a cerca de 15 quilômetros de Funil - registrou uma precipitação de 292,6 milímetros, em novembro, quando o volume esperado era de 194,4 milímetros (50,51% a mais que o previsto). Em São Paulo, onde estão localizados três dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana do Rio, o mês de novembro foi o mais chuvoso dos últimos 20 anos, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) do estado. A precipitação ficou cerca de 70% acima do esperado para o período. 

Especialistas, no entanto, ressaltam que outras medidas serão necessárias para evitar a repetição da crise hídrica no futuro. O coordenador do curso de especialização em Engenharia Sanitária e Ambiental da Uerj, Adacto Ottoni, defende, por exemplo, o reflorestamento da Bacia do Rio Paraíba do Sul como uma forma de colaborar com a ampliação da oferta de água: “A floresta infiltra 80% da água das chuvas. Os governos do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais podem fazer, a curto prazo, obras de intervenções para conter os efeitos dos desmatamentos. Uma solução seria escavar valas em encostas desmaiadas. Quando chovesse, em vez de a água cair pela encosta, acumularia ali”, disse Adacto Ottoni. 

Fonte: Jornal O Globo (02/12/15)

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