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Secretário do Ambiente apresenta resultados do Projeto de Olho no Lixo, na comunidade da Rocinha, Zona Sul do Rio

Secretário do Ambiente apresenta resultados do Projeto de Olho no Lixo, na comunidade da Rocinha, Zona Sul do Rio

Agentes socioambientais removeram 95 toneladas de materiais descartados nas ruas e valões da favela em 40 dias de trabalhos

Uma das maiores favelas da América Latina, a Rocinha, localizada na Zona Sul do Rio, está ganhando uma nova paisagem com o “Projeto De Olho no Lixo: Transformando o lixo em arte, cultura e educação”, da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA). Os primeiros resultados do projeto piloto de limpeza, conscientização ambiental e estímulo a cadeia produtiva de reciclagem foram apresentados à população pelo secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, durante evento realizado, nesta quinta-feira (16/6), na quadra poliesportiva Roupa Suja, próximo à entrada principal da comunidade.

A iniciativa, desenvolvida em parceria com a Instituição Viva Rio Sócio Ambiental e a Associação de Supermercados do Estado do Rio (Asserj), busca ampliar a mobilização para o descarte correto de lixo e, principalmente, fomentar a cadeia de reciclagem com a geração de renda local.

“O grande desafio de um programa como esse é fazer com que a comunidade se aproprie, tenha um sentimento de pertencimento com a iniciativa para que ela tenha continuidade por muito tempo. Aqui não há um centavo de recurso público, é uma parceria com a iniciativa privada e a comunidade. Reunimos um conjunto de atores para tratar da questão do manejo do resíduo sólido, e o grande diferencial é essa construção conjunta, participativa, mas, só vamos ter um avanço se contarmos com a colaboração dos moradores. Quando jogamos um lixo no chão, norio, precisamos ter consciência que ele vai parar na Baía de Guanabara, na Praia de São Conrado”, alertou o secretário estadual do Ambiente.

Com as mãos na limpeza desde o início de maio, os agentes socioambientais contratados, moradores da favela, já removeram 95 toneladas de lixo das ruas, vielas e valões da comunidade em 40 dias de trabalhos. Até o momento, o material coletado está sendo disposto em áreas de transbordo da Comlurb, mas posteriormente o lixo passará por uma triagem, sendo encaminhado a cooperativas de catadores, estimulando a inclusão sócio produtiva.

Outro destino dos resíduos serão os projetos de reaproveitamento da SEA, como o Ecomoda, de confecção de roupas, e o Funk Verde, de produção de instrumentos musicais, ambos com unidade na Rocinha. Dessa forma, o passivo ambiental que hoje oferece riscos de contágio de doenças se transforma em arte e cultura para os próprios moradores.

Durante e evento, integrantes do projeto Funk Verde colocaram em prática as aulas de percepção rítmica da professora Regina Café, animando o evento com os instrumentos produzidos a partir de material reaproveitado. Ao ritmo do funk, alunos do Projeto Ecomoda desfilaram uma coleção de roupas sustentáveis, um banho de estilo e criatividade coordenado pelo estilista do projeto, Almir França.

Com o desafio de mudar um cenário antigo, de acúmulo de lixo na favela, o projeto já beneficia inclusive a Praia de São Conrado, que recebe grande aporte de resíduos descartados em córregos e valões que cortam a Rocinha.

“Nós fizemos um mapeamento das áreas que eram prioritárias dentro da Rocinha para que pudéssemos diminuir a quantidade de lixo que chega na Praia de São Conrado e diminuir o trajeto do lixo na Rocinha. De 4 de maio a 15 de junho foram 86 toneladas retiradas só na localidade do Lajão. Já ouvimos depoimentos de banhistas dizendo que estão observando menos PET na praia, menos lixo lá nas areias”, afirmou a coordenadora socioambiental do Viva Rio, Márcia Roolemberg.

Um diagnóstico envolvendo cinco mil domicílios e 200 comércios está sendo elaborado para a formação de um plano de trabalho que identifique questões de cada ambiente da favela, de forma localizada. 

Após as apresentações artísticas, o secretário percorreu o circuito de atuação do projeto que passa pelas localidades do Lajão, Rua 2, Roupa Suja, Vila Verde e Elevatória da Cedae, pontos identificados como estratégicos para o controle do descarte de lixo.

De acordo com o secretário André Corrêa, um dos pontos chaves do projeto será a formação de uma comissão tripartite para acompanhamento das ações, envolvendo o poder público, a sociedade civil e o setor privado em encontros bimestrais. “Assim vamos elaborar propostas, pensar juntos como articular o processo”, disse.   

Com duração de 30 meses, o projeto ainda prevê a implantação de uma Central de Triagem de Resíduos (CTR) que promoverá inclusão sócio produtiva, com a formação de agentes socioambientais para uma auto-gestão do espaço. Um legado que ficará para a população de mais de 60 mil moradores da comunidade.

“Já conseguimos um espaço perto plano inclinado para montar uma CTR (Central de Triagem de Resíduos). O próximo passo é estruturar essa CTR para realizar a triagem do resíduo, e trabalhar na formação dos agentes para que possam se organizar, se estruturar, para então gerar renda”, disse Roolemberg.   

Estiveram presentes no evento o deputado estadual líder do PMDB, André Lazaroni, o vice-presidente da Firjan, Sérgio Duarte, o presidente da Asserj, Fábio Queiroz, e o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Carlos Eduardo Barbosa (Duda).

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