André Corrêa elogiou a escolha de questões ambientais para o debate da CNBB e lembrou o desafio que representa a crise hídrica
O secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, participou, neste sábado, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, do lançamento do tema da Campanha da Fraternidade de 2016: Casa comum, nossa responsabilidade. No ano que vem, o assunto que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolheu para debater com a sociedade está associado a questões do saneamento básico, a fim de garantir o desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida aos cidadãos.
O tema não poderia ser mais oportuno, na avaliação do secretário. “O maior desafio da atualidade que precisamos vencer é insegurança hídrica que estamos vivendo, a maior crise dos últimos 85 anos. E isso vai exigir uma série de medidas no curto e longo prazos”. Para enfrentar a situação, André Corrêa lembrou que é essencial a mudança de hábitos do poder público e da sociedade.
No discurso para a plateia reunida no auditório da arquidiocese, no bairro da Glória, o secretário lembrou sua devoção pela Igreja Cristão e sua condição de integrante da Pastoral Católica, de homem que professa a fé católica. André Corrêa manifestou sua satisfação com a escolha do tema para a Campanha da Fraternidade, uma proposta em sintonia com a Encíclica Laudato Si, em que o Papa Francisco critica o consumismo e o desenvolvimento irresponsável e pede ações efetivas de combate à degradação ambiental e às alterações climáticas. “Um chamamento do ponto de vista global para todos os nossos irmãos católicos espalhados pelo mundo inteiro. Um tema fundamental, estratégico para todos nós” – observou.
André Corrêa explicou que aceitou o convite para assumir o a Secretaria de Estado do Ambiente, consciente de que este seria o maior desafio da sua trajetória política. Ele disse que está disposto a trabalhar muito para dar sua contribuição, mas chamou a atenção da população para o papel que ela deve desempenhar nesse processo de mudança de comportamento em relação ao meio ambiente. “É necessária a mudança comportamental, de todos, de todos nós”, enfatizou o secretário, para identificar o lado positivo desse momento de dificuldade que vivemos. “Cada vez mais a questão ambiental entra na agenda do debate”.
Aí está o caminho para a sociedade ter uma decisiva participação, na opinião do secretário. “O poder público, os políticos, eles respondem em função das cobranças e da pressão popular. Então, quanto mais os governos estiverem no centro dos debates, estiverem sendo fruto de reflexão, mais nós seremos cobrados” – explicou.
O secretário falou sobre a situação do rio Paraíba do Sul e dos principais reservatórios que abastecem o Estado do Rio e mencionou algumas providências que permitiram a economia de 1.4 trilhão de litros de água para garantir o abastecimento humano. Ainda do lado do governo, o secretário explicou a imposição de um novo modelo de operação das indústrias que funcionam no Complexo Industrial de Santa Cruz e a criação do gabinete de segurança hídrica, que se reúne todas às quartas-feiras para discutir medidas capazes de minimizar os problemas da crise hídrica.
Do lado da população, além de cobrar e pressionar o poder público, André Corrêa advertiu que a sociedade também tem considerável parcela de responsabilidade na mudança de comportamento em relação ao consumo de água. “Não dá mais pra gente ter os mesmos hábitos do dia a dia: deixar a torneira aberta, enquanto escova os dentes, lavar a calçada ou o carro com mangueira. Os tempos são outros e o comportamento de cada um de nós precisa mudar. Ou mudamos a nossa relação com o meio ambiente no amor, ou vai mudar com a dor” – concluiu André Corrêa.