Moradores, representantes da sociedade civil e do governo reuniram-se neste sábado para debater saneamento da região
A obra de construção do Sistema de Esgotamento Sanitário de Alcântara em execução no município de São Gonçalo, ganhou, neste sábado (12/3), outra dimensão para moradores e diversos representantes da sociedade civil. Técnicos da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), responsáveis pela obra, traduziram em números expressivos o vai e vem de máquinas, operários e equipamentos nas ruas do bairro Trindade, em São Gonçalo:
- Quando em operação, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Alcântara, irá garantir o saneamento para 350 mil pessoas e reduzirá em 1.200 litros por segundo o volume do esgoto lançado in natura nas águas da Baía de Guanabara – explicou Mauro Duarte, coordenador de obras do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM).
O debate entre técnicos da SEA e do PSAM, moradores e representantes da sociedade civil fez parte do 2° Encontro do Projeto Aguadeira com a Sociedade Civil, realizado no Centro Cultural Joaquim Lavoura.
Promovido pelo Instituto Baía de Guanabara (IBG), o Projeto Aguadeira abre as portas à participação da população no acompanhamento da obra de saneamento, enfatizando a educação ambiental e os seus benefícios.
“Queremos que a população conheça e participe desta obra que vai mudar para melhor a qualidade de vida dos moradores”, acrescentou o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa.
As intervenções abrangem a construção do Sistema de Esgotamento Sanitário de Alcântara e prevê a implantação de uma rede coletora de 97 quilômetros de extensão, duas elevatórias de grande porte e seis elevatórias de pequeno porte, interligações às redes de esgotamento sanitário em mais de 17.000 casas e implantação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
O Coordenador Executivo do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM), Flavio Silveira, falou sobre a obra, lembrando que, mesmo que ela seja demorada em razão de sua dimensão, “ela é fundamental na colaboração com o processo de despoluição da Baía de Guanabara".
Mauro Duarte, coordenador de obras do PSAM, acrescentou:
“Quando falamos da obra, estamos falando sobre a qualidade de vida da população que reside no entorno do Rio Alcântara”.
Atualmente, boa parte dos dejetos sanitários e do lixo é jogada no Rio Alcântara, que corta a região e desemboca na Baía de Guanabara, contribuindo para a incidência de diversas doenças e para a poluição. A ETE, quando pronta, captará o esgoto dos bairros Galo Branco, Trindade, Luiz Caçador, Mutondo e Jardim Catarina. Em uma segunda etapa, a estação vai atender aos bairros Tribobó, Arsenal, Jockey, Colubandê, Coelho, Alcântara e Salgueiro, elevando para 520 mil o total de pessoas beneficiadas.
Multiplicadores
O evento foi aberto pelo Superintendente do Instituto Baía de Guanabara (IBG), Adauri Souza, que destacou a importância de trabalhar a educação ambiental em conjunto com as escolas nos bairros impactados pela obra: “Os jovens alunos, que são moradores da região, são multiplicadores das atitudes positivas em relação ao meio ambiente. O saneamento e a educação ambiental das famílias têm de andar juntos”, frisou.
A coordenadora técnica do Programa Aguadeira, Marcela Oliverira, explicou que o projeto envolveu 14 escolas, contando com 453 participantes, dos quais 420 alunos e 33 professores, tendo sido realizados 18 cursos de integração de conhecimento e 16 visitas de alunos às margens do Rio Alcântara para coletas e observações.