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Catadores de lixo do Rio de Janeiro: "As pessoas cuspiam em nós, mas agora estamos nos Jogos Olímpicos"

Catadores de lixo do Rio de Janeiro: "As pessoas cuspiam em nós, mas agora estamos nos Jogos Olímpicos"

Rio - Parceria entre autoridades com a Coca-Cola financia o programa com catadores nas Olimpíadas do Rio, colocando em evidência uma das profissões mais marginalizadas do Brasil

Claudete da Costa começou a trabalhar como catadora com sua mãe, quando ela tinha 11 anos, recolhendo produtos recicláveis ​​no Rio de Janeiro para vender para sucateiros. "Vivíamos com vergonha", disse ela. "As pessoas nos viam e cuspiam em nós, pensavam que éramos bandidas.

"Hoje, as perspectivas de Claudete, aos 36 anos, mudou. Ela é a líder do Movimento Nacional dos Catadores do Brasil, cuja missão é lutar pelos direitos dos trabalhadores e aumentar o reconhecimento da contribuição feita por uma das profissões mais marginalizadas do Brasil.

Este mês, Claudete e 240 outros catadores de 33 cooperativas de coleta de lixo do Rio de Janeiro - grupos autônomos que recolhem o lixo da cidade durante todo o ano - estão formalmente contratados para lidar com resíduos recicláveis ​​durante os Jogos Olímpicos.

Os catadores serão distribuídos por três dos quatro centros Olímpicos - Maracanã, Parque Olímpico e Deodoro - onde eles vão coletar produtos recicláveis, como garrafas de plástico e latas de alumínio, e levá-los a um depósito para serem classificados, armazenados e vendidos por cooperativas para reciclagem.

As cooperativas vão dividir os lucros da venda dos materiais reciclados entre trabalhadores e investimentos em novos equipamentos. Além disso, cada catador será pago com um salário fixo diário de R$ 80 (£ 19) pelo Comité Olímpico. Em comparação, na cooperativa Ecco Ponto, por exemplo, onde Claudete é presidente, catadores normalmente levam para casa cerca de R$ 30 (£ 7) por dia.

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"Estou animada com o dinheiro", disse Erineia Goncalves (49 anos), uma mãe solteira de dois filhos que espera deixar sua casa alugada e construir uma casa própria na favela onde vive.

De acordo com o diretor de sustentabilidade do Comitê Rio 2016, Tania Braga - que diz que o Comitê Olímpico avalia que os catadores farão a manipulação de 3.500 toneladas de materiais recicláveis ​​no decorrer dos Jogos - o custo de contratar os catadores de lixo é mais ou menos a mesma que teria sido a contratação de uma empresa de limpeza privada.

Tania Braga também diz que o projeto não é uma tentativa de terceirizar a responsabilidade uma vez que, se alguma coisa der errado, a Rio 2016 será co-responsável porque os catadores estão trabalhando dentro de suas instalações. No entanto, acrescenta que, como os catadores foram contratados ao abrigo de um contrato profissional, eles não receberão seus salários se não cumprir as suas obrigações (por exemplo, se eles não aparecem para trabalhar), embora ela ache isso improvável.

"É do seu interesse para executar, eles querem esta oportunidade", diz Tania Braga. "Eles são muito bem preparados. Nós construímos essa logística em conjunto com eles e ficamos muito impressionados durante a fase de planejamento. Então, isso nos dá muita confiança."

Ricardo Alves de Oliveira, coordenador do Projeto Ambiente Solidário, da Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, e Tania Braga dizem que também estão confiantes na capacidade das cooperativas para lidar com o volume de resíduos, pois eles foram bem sucedidos contra as empresas privadas no fechamento do contrato.

O programa catadores Rio Olímpico é uma parceria entre a Rio 2016, a Coca-Cola, o governo do estado do Rio de Janeiro e o Governo Federal, que juntos investiram R$ 3 milhões (£ 720,000) no projeto. Os catadores de lixo do Rio, que ganharam celebridade com o documentário Lixo Extraordinário, não são um fenômeno raro. A grande maioria das cidades brasileiras não têm programas oficiais de reciclagem e a separação é feita em grande parte por catadores, que buscam lixeiras e percorrem as ruas atrás de produtos recicláveis, como latas de alumínio. E, com a coleta em massa arrecada-se mais por peso, assim, catadores em cooperativas podem ganhar mais dinheiro.

"O Brasil está apenas começando a entender as vantagens da reciclagem, da coleta seletiva", diz Haroldo Mendonça, coordenador de economia solidária do Ministério do Trabalho. "Mas podemos dar um exemplo para outros países ao mostrar como combinar o cuidado ambiental com a capacitação econômica."

Para as autoridades fluminenses a esperança é capitalizar sobre o projeto de reciclagem dos Jogos Olímpicos, para manter o modelo nos eventos anuais da cidade, como o Carnaval e Réveillon na praia de Copacabana. Uma versão similar, em escala menor, foi usada durante a Copa do Mundo em 2014.

Ricardo Alves de Oliveira, coordenador do Projeto Ambiente Solidário, da Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, e Tania Braga dizem que também estão confiantes na capacidade das cooperativas para lidar com o volume de resíduos, pois eles foram bem sucedidos contra as empresas privadas no fechamento do contrato.

O programa catadores Rio Olímpico é uma parceria entre a Rio 2016, a Coca-Cola, o governo do estado do Rio de Janeiro e o Governo Federal, que juntos investiram R$ 3 milhões (£ 720,000) no projeto. Os catadores de lixo do Rio, que ganharam celebridade com o documentário Lixo Extraordinário, não são um fenômeno raro. A grande maioria das cidades brasileiras não têm programas oficiais de reciclagem e a separação é feita em grande parte por catadores, que buscam lixeiras e percorrem as ruas atrás de produtos recicláveis, como latas de alumínio. E, com a coleta em massa arrecada-se mais por peso, assim, catadores em cooperativas podem ganhar mais dinheiro.

"O Brasil está apenas começando a entender as vantagens da reciclagem, da coleta seletiva", diz Haroldo Mendonça, coordenador solidariedade economia ao Ministério do Trabalho. "Mas podemos dar um exemplo para outros países para mostrar como combinar o cuidado ambiental com a capacitação económica."
As autoridades do Rio de Janeiro a esperança de capitalizar sobre o projeto de reciclagem Jogos Olímpicos, continuando a utilizar o modelo para eventos anuais da cidade, como o Rio Carnaval e Réveillon na praia de Copacabana. Uma versão escala similar, menor foi usado durante o futebol do Brasil da Copa do Mundo em 2014.

"Este modelo será um exemplo para todo o país para replicar", diz Ricardo Alves de Oliveira, coordenador de políticas no escritório ambiente do Rio de Janeiro. "Vamos deixar um legado para todos os grandes eventos no Rio."

Matéria original: https://www.theguardian.com/sustainable-business/2016/aug/06/rios-waste-...

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