A moda cresce de forma acelerada no Rio de Janeiro. A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento informa que em 2011 o preço médio por quilo do produto exportado com o “selo Rio” foi quase duas vezes maior que o de São Paulo, o líder do país em empregos no segmento. O apelo da cidade, de suas belezas naturais, sua arquitetura, sua música, a criatividade e a simpatia de sua gente estão, de algum modo, presentes nas roupas fabricadas aqui.
É preciso, contudo, alargar nossos horizontes ainda mais. A internacionalização é uma realidade para 7,4% das empresas, que vendem para o mercado externo. Mais da metade não ultrapassa as divisas do estado, e 28,4% têm as vendas contidas no limite dos municípios.
A cadeia produtiva da moda movimenta na cidade R$ 891, 9 milhões, de acordo com o estudo Território da Moda. Feito pelo Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da FGV, por encomenda da Prefeitura do Rio, o estudo aponta vantagens competitivas e potenciais de desenvolvimento desse importante ramo da economia criativa. O número total de pessoas ocupadas formal e informalmente em confecções e facções chega a 35 mil.
O carro-chefe são as grifes, marcas concentradas na Zona Sul e no Centro, que detêm 56% do faturamento da cadeia produtiva. Respondem 66% das pessoas ocupadas, das quais 53% são formalizadas e 13% informais.
O redesenho desse mapa, com o alargamento dos horizontes da moda carioca, passa pela valorização de pontos além das referências mais conhecidas da Zona Sul. O crescimento da classe C, com a expansão do número de lojas de empresas já direcionadas para esse público e o surgimento de marcas voltadas para ele, configura uma oportunidade de fôlego renovado. Para explorar esse nicho na afirmação de novas confecções, a pesquisa aponta a necessidade de superar o gargalo da criatividade, pois a produção tem sido de peças muito parecidas com as já disponíveis no mercado.
A prorrogação da Lei da Moda, que reduz a alíquota de ICMS, está em linha com as aspirações das indústrias, que apontaram os tributos como um dos principais obstáculos à expansão do setor. O desafio, agora, é aumentar os programas de qualificação e formação de mão-de-obra especializada, outro ponto apontado como prioritário. O diálogo com os micro empreendedores, as costureiras, os designers de toda a cidade, apoiado pelo Sebrae e pela prefeitura do Rio, permitirá uma sintonia fina entre as necessidades da indústria e a oferta de cursos.
Deputado André Corrêa